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ALERTA VERMELHO NO TDAH: TER OUTRO TRANSTORNO ASSOCIADO É MAIS COMUM DO QUE SE PENSA!

  • Caroline Andreazza
  • 27 de jul.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 2 de nov.

O que é o TDAH?


O transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por sintomas contínuos de desatenção, hiperatividade e impulsividade que prejudicam significativamente o funcionamento ou desenvolvimento do indivíduo.


Qual a prevalência?


A prevalência de TDAH em adultos chega a 2,5%, porém em pacientes que já tratam algum transtorno psiquiátrico a prevalência é ainda maior, variando de 12% a 24%. Ou seja, é muito comum a ocorrência de TDAH associado a outros transtornos, seja de ansiedade, de humor, associado ao uso de substância psicoativas.


A ciência por traz do TDAH


Estudos de neuroimagem mostram que pacientes com TDAH apresentam mudanças estruturais e funcionais em várias regiões cerebrais, particularmente no córtex pré-frontal, que é responsável por funções executivas, planejamento e inibição comportamental.


A herdabilidade do TDAH é estimada em aproximadamente 74%, indicando forte contribuição genética. Exposições ambientais como tabagismo materno durante a gestação e baixo peso ao nascer, podem, interagir com predisposições genéticas, aumentando o risco de TDAH e comorbidades.


Outro aspecto interessante é que estudos sugerem uma relação entre TDAH e doenças autoimunes, como asma, artrite reumatoide e doenças inflamatórias intestinais, indicando que alterações imunológicas e processos inflamatórios podem estar envolvidos nessa relação.


Avaliação e diagnóstico do TDAH


O diagnóstico é clínico, ou seja, através da conversa com seu psiquiatra que irá avaliar seu histórico familiar, sua história atual e pregressa. Porém, o TDAH, em adultos frequentemente não é diagnosticado, mesmo entre pacientes que já foram ao psiquiatra e receberam tratamento psiquiátrico para outras questões. E por que isso? Muitas vezes o reconhecimento é difícil devido a complexidade dos sintomas. Desatenção pode estar presente no TDAH, mas também na ansiedade, depressão unipolar ou bipolar, enfim, os sintomas se sobrepõem. E como dito anteriormente, na grande maioria das vezes, podem coexistir duas patologias.


Tratamento


O tratamento do TDAH principalmente com comorbidades é multifacetado e individualizado. Estimulantes como anfetaminas e metilfenidato, bem como atomoxetina e clonidina são eficazes no controle dos sintomas. No entanto, a presença de comorbidades exige o uso de medicações adicionais, como antidepressivos, estabilizadores de humor, antipsicóticos, entre outros.


Além disso outras abordagens não farmacológicas como terapia cognitivo-comportamental, terapias baseadas em mindfulness e grupos de apoio podem auxiliar no tratamento.


Conclusão


O TDAH em adultos é uma condição multifacetada, frequentemente acompanhada por diversas comorbidades psiquiátricas e clínicas. O reconhecimento precoce é crucial para prevenir o desenvolvimento ou agravamento das comorbidades.


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